História e Historiografia do RS

sábado, 24 de fevereiro de 2024

RIO GRANDE E A CAVEIRA DE BURRO

 

Rio Grande, 20-05-1957. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

Rio Grande, 20-05-1957. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

A crítica nos jornais eram de um PH muito baixo. Ler certas matérias exige do pesquisador uma pílula antiácida e um espírito antidepressivo. As críticas do jornal Rio Grande se arrastam número após número, mês após mês, ano após ano... 

Era uma forma de pressionar, insistentemente, às autoridades responsáveis por recursos e pela realização de obras, nas esferas municipal, estadual e federal. 

Dois exemplos são reproduzidos nesta página e publicados no jornal Rio Grande do dia 20 de maio de 1957. 

Se no Brasil, os anos 1950 são chamados de "anos dourados", em Rio Grande só se fala nos anos da "caveira de burro". 

O comércio encolhendo, indústrias fechando, desemprego, problemas sociais, ruas repletas de cachorros vadios, falta de água, luz, transporte decente. A cidade parece sucateada e se sente abandonada. O jornal insiste na posição privilegiada do porto e se apega aos momentos de crescimento e de glória passados. Bastaria romper a inércia e retomar os bons tempos. Porém, uma caveira de burro (maldição) foi enterrada na cidade e é a responsável pela estagnação e pela depressão. 

Os leitores podem sentir um pouco do peso, nos dois exemplos acima, e que trazem um pouco do espírito daqueles tempos. 

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