História e Historiografia do RS

domingo, 18 de fevereiro de 2024

JACK, O ESTRIPADOR EM 1899

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 Jack, o Estripador transcendeu Whitechapel, o Distrito de Londres no ano de 1888, e difundiu o seu imaginário em vários países do planeta. 

A imprensa e as revistas sensacionalistas investiram no tema, e o teatro também se apropriou do imaginário do assassino de cinco mulheres e converteu os acontecimentos para a linguagem cênica. 

O jornal Diario do Rio Grande do dia 16 de fevereiro de 1899 está divulgando que o "Theatro Sete de Setembro" estava recebendo a Grande Companhia Dramática Dias Braga, e convidava o público para assistir o sucesso parisiense "Jack o Estripador" em 5 atos e 7 quadros.

 Que reações a plateia teve ao assistir esta peça? Terão ficado muito chocados?

A curiosidade se prende ao recente período de 1893-1895 com a Revolução Federalista em que se estima terem morrido dez mil pessoas no Rio Grande do Sul. Muitos combatentes foram degolados com o uso de facas. O nível de violência deste conflito entre chimangos e maragatos, faz parecer os crimes cometidos pelo anônimo Jack, como atos de um aprendiz de charqueada gaúcha. 

Mas a construção do mito do Estripador, através da apropriação sensacionalista da imprensa e da estética e oralidade cativante do teatro, poderá ter criado uma dramaticidade de horror que superou, no público, a banalização da violência e do assassinato na Revolução de 1893.  


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