História e Historiografia do RS

terça-feira, 12 de setembro de 2023

O COMETA DE 1853

 

Acervo: London Metropolitan Archives. 

Um cometa visto em Rio Grande e registrado no jornal Diário do Rio Grande do dia 3 de maio de 1853 foi assim descrito: "Há 4 ou 5 dias que se divisa no firmamento um cometa. Não é tão luminoso, nem tão monstruoso como o que apareceu alguns anos passados, mas é bastante visível". 

As pessoas que assistiram o espetáculo em Rio Grande não tinham noção do que era esse cometa. Com o avanço da ciência astronômica foi possível ampliar os conhecimentos sobre objetos espaciais. 

Inclusive, o cometa foi registrado num cartão lançado no mesmo ano da passagem numa caricatura desenhada por George Cruikshank com o título: "Eventos da passagem ou a cauda do cometa de 1853".

O cometa "C/1853 Schweizer" passa pela Terra atraído pela gravidade do Sol a cada 780,29 anos. O último periélio (ponto mais próximo da Terra) foi em dez de maio de 1853. A distância mais próxima do planeta Terra foi de aproximadamente 135 milhões de quilômetros. O afélio (seu ponto mais distante é de 168,71 UA (Unidade Astronômica) que corresponde a cerca de 25 bilhões de quilômetros). 


Ponto em rosa é o cometa 1853 a partir do céu da cidade do Rio Grande no dia 11-09-2023. 
Acervo: https://www.spacereference.org/comet/c-1853-g1-schweizer

Conforme o site:  https://www.spacereference.org/comet/c-1853-g1-schweizer, podemos obter mais algumas informações:

"O cometa C/1853 G1 (Schweizer) é um objeto cuja órbita não corresponde a nenhuma classe de órbita de cometa definida. O JPL da NASA não classificou Schweizer como potencialmente perigoso porque sua órbita não o aproxima da Terra.

Schweizer orbita o Sol a cada 285.000 dias (780,29 anos), chegando a 0,91 UA e chegando a 168,71 UA do sol. Sua órbita é altamente elíptica.

A órbita de Schweizer é determinada por observações que datam de 15 de abril de 1853. Foi observada oficialmente pela última vez em 11 de junho de 1853. O Minor Planet Center da IAU registra 80 observações usadas para determinar sua órbita".

Próxima passagem, para quem se habilitar para observação, será, aproximadamente, em 2.633. 

A breve notícia do jornal Diário do Rio Grande se refere a um cometa anterior que era mais luminoso e era "monstruoso" o qual "apareceu alguns anos passados". Hipoteticamente, podemos propor que a referência é a um cometa que passou dez anos antes. O "grande cometa de 1843) chegou muito próximo ao Sol (827 mil quilômetros) em 27 de fevereiro de 1843  e atingiu o maior brilho em relação a Terra em 6 de março. Não foi mais visível a partir de 19 de abril. O cometa formou uma grande cauda no firmamento com um comprimento de 300 milhões de quilômetros. 


Pintura do cometa na Tasmânia em 1843. Mary Morton Allport.
http://collections.rmg.co.uk/collections/objects/15561.html


Cometa de 1843 na pintura de Charles Piazzi Smyth.  http://collections.rmg.co.uk/collections/objects/15561.html

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