História e Historiografia do RS

domingo, 10 de setembro de 2023

ALERTA - RETORNO DA CHUVA

Previsão de chuva do modelo ECMWF para os dias 12 3 13 de setembro de 2023. https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/chuva1009c.jpg
 

Este blog trabalha com processos históricos que nos conduzem à investigação de temáticas do passado humano e suas representações culturais e sociais. 

Porém, volta e meia, flertamos com o tempo presente que é o espaço-tempo em que vivenciamos nossa transitoriedade e que se converterá em memória histórica para as próximas gerações. 

Ao escrever sobre o passado histórico isto é feito a partir do nosso presente. Exercitamos nossa capacidade de investigar o tempo pretérito a partir de nosso exercício de vivermos como atores reais e não como computadores sem anima. Em momentos críticos em que a sociedade está mergulhada numa crise de civilização, como na ocorrência de eventos extremos meteorológicos, não consigo ficar alheio sem tentar contribuir para a difusão de informações que levem a construção de esclarecimentos e variáveis de sobrevivência. O saber pode nos legar mecanismos para enfrentarmos os perigos e desafios, buscando preservar nosso corpo físico e de nosso grupo/comunidade. O saber pode mudar nossos hábitos culturais que muitas vezes estão fora de sintonia com processos climáticos de mudanças aceleradas que colocam em cheque nossas práticas de vida em sociedade. A informação é um passo na construção do saber entronizado que poderá gerar culturas de readaptação as mudanças climáticas que vem ocorrendo.   

Nesta direção, não consigo silenciar e não contribuir para enfrentar este cenário de mudanças climáticas em que teremos mais um rodada de atenção para os próximos dias. 

Há muitos anos sou seguidor da Metsul e já afirmei neste blog que se não fosse historiador gostaria de ter me formado em Meteorologia. Sou um leigo no assunto e péssimo em matemática, mas busco leituras que se não contemplam um aumento da inteligência pelo menos ajudam a dimensionar a minha ignorância. E a previsão do tempo e projeções para o clima são temas fascinantes e decisivos para o futuro da humanidade. 

Acompanho o site da Metsul há muitos anos. A forma didática que eles buscam explicar os fenômenos climáticos é exemplar. O que parece inacessível ao leigo começa a ter uma lógica explicativa. Digo isto para justificar o motivo de tanto utilizar o site da Metsul como fonte aqui no blog. É uma relação de confiança nas previsões e análises desta empresa de pura cepa gaúcha.  

E a Metsul, que alertou sobre o cenário de precipitação excessiva no Norte do RS a qual poderia levar a gravíssimas inundações (como no Rio Taquari), também destacou em seu site as intensas chuvas que cairiam na metade Oeste e Sul nesta semana: o que de fato ocorreu e que tem trazido transtornos e prejuízos. 

A Metsul volta a alertar que na semana que se inicia amanhã, segunda-feira, as fortes chuvas começam a retornar ao Oeste e Sul do Rio Grande do Sul. 

A rodada de modelos de chuvas para o período de 10 a 17 de setembro indicam uma similaridade para a área de Rio Grande: entre 100 e 150 mm de chuva. Diferente desta semana em que choveu 151 mm e já causou alagamentos, novos 150 mm cairão sobre solo parcialmente saturado e a absorção será menor ampliando os alagamentos. Rio Grande é uma cidade plana e o escoamento é muito mais lento pelos poucos declives. Em regime de urgência (máximo 24h) é preciso fazer um mutirão (Prefeitura) para desobstruir bueiros e valetas que podem ter entupido com os sedimentos das últimas chuvas. 

Os modelos foram rodados pela Metsul neste dia 10 de setembro e chegaram a parâmetros semelhantes. Reproduzo o modelo ICON/DWD:

https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/chuva1009g.jpg


A faixa de marrom mais claro é a que Rio Grande está inserida na extremidade sul da Lagoa dos Patos. Faixa que corresponde a marca entre 100 e 150 mm de chuva para este período. Um pouco mais ao norte o marrom mais escuro situa entre 150 a 200 mm. A imagem ainda mais escura, na área central, corresponde de 200 a 250 mm.

Tudo indica que a Bacia do Atlântico será alimentada com uma nova rodada de chuva excessiva que será despejada na Lagoa dos Patos e será escoada pela Barra do Rio Grande. Portanto, o nível das águas no Estuário da Lagoa dos Patos vai elevar a níveis mais críticos (hipótese minha). 

O que a Metsul tem a nos dizer? Vejamos:

"A previsão da MetSul Meteorologia aponta para volumes de chuva entre esta segunda e a quinta de 100 mm a 200 mm em muitas áreas do Sul e do Oeste do estado. Haverá pontos em que as precipitações devem exceder os 200 mm e não são descartadas marcas isoladas de 250 mm a 300 mm. Isso significa que os acumulados de chuva apenas entre segunda e quinta em várias cidades do Oeste e do Sul do Rio Grande do Sul podem atingir valores entre a média e o dobro da média do mês inteiro. As médias históricas do mês de setembro, de acordo com a série histórica 1991-2020, são de 97,0 mm em Santa Vitória do Palmar, 110,8 mm em Rio Grande, 128,7 mm em Pelotas, 155,3 mm em Santa Maria e 160,4 mm em Encruzilhada do Sul. Enfatizamos que sob condições de baixa pressão e sistemas de caráter semi-estacionário, como nesta semana, a faixa de chuva volumosa pode variar 50 a 100 quilômetros mais para o Sul ou o Norte que o indicado pelos modelos, assim que incluímos a faixa central do estado na zona de risco. Os dados de hoje não indicam chuva extrema nas nascentes das bacias que cortam os vales e que estão no Nordeste do estado (Serra e Aparados), embora deve chover forte nestas regiões, especialmente entre quarta e quinta". (https://metsul.com/novo-episodio-de-chuva-extrema-trara-inundacoes-e-mais-enchentes/ .

Os volumes de chuva previstos poderão provocar alagamentos e áreas urbanas e rurais. 
Complementando a informação e trazendo alerta sobre riscos a segurança das pessoas, a Metsul também destaca possíveis alagamentos em Rio Grande e Pelotas, além do nível elevado da Lagoa do Patos. Nesta direção nossa preocupação em Rio Grande, além do perímetro urbano e bairros, é a questão da população e dos animais das ilhas (Ilha dos Marinheiros, Torotama e Leonídio), além do já grave problema enfrentado na Vila da Quinta pelo Arroio das Cabeças que transbordou:

"A MetSul Meteorologia adverte ainda que os excessivos acumulados que projeta devem agravar a condição hidrológica dos rios que já passam por cheias e podem gerar novas cheias de rios com quadro de enchentes. Os rios que preocupam são o Quaraí, Ibirapuitã, Jaguarão, Piratini e Camaquã, no Oeste e no Sul. No Centro do estado, atenção maior com os rios Ibicuí e Jacuí. Chamamos atenção ainda que os excessivos acumulados de chuva que se somam ao registrados dias atrás podem gerar o extravasamento de alguns açudes. Preocupa que esta chuva volumosa coincidirá com a Lagoa dos Patos com volume alto em Pelotas e Rio Grande, o que aumenta o potencial de alagamentos nestas cidades. Os canais em Pelotas, já altos, tendem a ter aumento ainda maior. O vento por vezes forte, com a lagoa alta, é outro fator que pode agravar a condição para alagamentos. Algumas estradas, particularmente municipais e rurais, devem se tornar intransitáveis com prováveis trechos e pontilhões cobertos pela água. Com a perspectiva de forte correnteza, trechos alagados devem se terminantemente evitados por motoristas sob perigo de acidentes fatais". https://metsul.com/novo-episodio-de-chuva-extrema-trara-inundacoes-e-mais-enchentes/ .

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