História e Historiografia do RS

terça-feira, 15 de setembro de 2020

HQ - MESTRES DO TERROR

Mestres do Terror, n. 72, Ink & Blood Comics, 2020. 

 O editor Daniel Saks tem levado em frente um projeto de publicar a revistas Mestes do Terror (1981-1993) e Calafrio (1981-1993), publicadas pelo Estúdio D-Arte do editor Rodolfo Zalla. 

Fiz a aquisição (no mês de fevereiro) diretamente do editor de vários exemplares que ele tem trazido a luz nos últimos anos (entregue pelos Correios). Fui editor de uma revista de História voltada a alguns municípios do noroeste do Rio Grande do Sul no ano de 1990, e sei das imensas dificuldades em levar adiante estes empreendimentos. 

Neste caso das HQs ainda mais, pois, busca uma divulgação no mercado nacional. É um desafio que tem sido vencido e que já garantiu a publicação de vários números de duas revistas que sumiram das bancas em 1993. 

Entre os exemplares analisados, para não me alongar, vou foi fazer breves comentários sobre apenas um deles: a revista Mestres do Terror n.72 (Curitiba: Ink & Blood Comics, fevereiro de 2020, p. 52) que foi uma edição especial com o tema Drácula. Se destaca o cuidado gráfico com a revista, o formato A4, a qualidade do papel, evidenciando que é uma edição que terá longevidade física dos livros de boa qualidade gráfica. 

No olhar de interesse se destacou a história de Júlio Shimamoto (A Volta de Drácula) por ser considerada a primeira história com este perfil temático escrita/desenhada no Brasil (em 1959). 

Uma história dividida em capítulos é Vlad, o empalador (Sérgio Mhais e Rafael Feliczaki) que busca uma contextualização histórica e cultural do personagem que inspirou Bram Stoker na escrita do romance Drácula. 

O que de fato mais me despertou para leitura, além da belíssima capa de Shimamoto, foi a Coluna de aportes para uma história dos quadrinhos no Brasil com a publicação do texto Drácula uma trajetória pelo roteirista Toni Rodrigues. Muitas informações de quem participou dos avanços e dificuldades dos quadrinhos no Brasil acabam constituindo um acervo fundamental para a construção de leituras interpretativas. E este é um mérito do editor Daniel Saks, ao enfrentar as dificuldades e abrir  espaço para as discussões sobre a trajetória e a arte dos quadrinhos no Brasil.     

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