História e Historiografia do RS

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A MONTANHA DE AREIA

O ilustrador T. Taylor é o autor desta belíssima imagem da cidade do Rio Grande que foi publicada em livro francês no ano de 1894.  

Um mirante localizado em prédio entre as Ruas Riachuelo e Ewbank foi o local que se produziu esta gravura que retrata o centro histórico e a parte sul da cidade. Pessoas caminham pela Rua Marechal Floriano e o prédio da Alfândega (em amarelo) tinha apenas uns 15 anos de vida. 

Sempre que olho esta gravura, repleta de detalhes, me chama a atenção à esquerda uma duna de areia de dimensões consideráveis e com formação vegetal fazendo a cobertura. A distância, lembra um sambaqui (o que não tem fundamento arqueológico para nossa região) ou um mega-cerrito (teria fundamento mas não um cerrito-mastodonte deste tamanho...). Portanto, deve ser apenas uma das tantas dunas ou as chamadas "montanhas voadoras de areia". Um dos últimos sobreviventes, em área urbana, das inúmeras dunas que se espalhavam pela península e infernizavam a população em dias de vento. 

A Igreja no canto esquerdo, é o Bomfim. Portanto, é razoável afirmar que a grande duna esteja ocupando a área do atual supermercado Walmart (Big). Hipoteticamente, a duna pode ter começado a ser "desbastada" quando nesta área foi construída a gigantesca indústria têxtil Ítalo-Brasileira (Fábrica Nova) em 1895. 

Com tantas dúvidas, uma dúvida não paira: a gravura é belíssima!    
Gravura de T. Taylor In: RECLUS, Élisée. Nouvelle Géographie Universelle. L’Amérique du Sud. L’Amazonie et La Plata: Guyanes, Brésil, Paraguay, Uruguay, République Argentine. Paris : Hachette, Tome XIX, 1894. 

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