História e Historiografia do RS

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

FONTES PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA RIO-GRANDINA DO SÉCULO XVIII – BARRETO

Plano do Rio Grande de São Pedro (1786). Livro "Defesa da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro", de José Correia Rangel. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

         O militar Domingos Alves Moniz Barreto escreveu em 1790, algumas observações sobre as possibilidades de crescimento econômico da povoação através das atividades agrícolas. Ressaltou os perigos da barra para a navegação e o caráter dos habitantes: dóceis, amáveis, sinceros e muito vigorosos para o trabalho.[1]
         As fontes citadas são fundamentais para o resgate das dificuldades e avanços no processo de colonização lusitana no sul do Brasil. Os escritos não possuem, com exceção de Simão Pereira de Sá, um caráter de conhecimento histórico e sim de descrição geográfica, econômica, social e dos costumes da população, com ênfase nas possibilidades de desenvolvimento e inserção local nos quadros mais amplos da organização portuguesa. Os estudos apresentam um caráter oficioso, por estarem ligados a autoridades, militares ou pessoas voltadas à legitimação do domínio da Coroa portuguesa no Rio Grande do Sul. Mas, nas narrações, exaltam-se as riquezas e perspectivas de crescimento, inclusive indicando procedimentos efetivos, como em Sebastião Bettamio, num diagnóstico daquilo que faltava ao centro urbano emergente. As fontes convergem para a legitimação de investimentos e consolidação de um projeto civilizatório lusitano num espaço platino de confronto entre espanhóis e portugueses.


[1] MONIZ BARRETO, Domingos Alves. Observações relativas à agricultura, comércio e navegação do Continente do Rio Grande de São Pedro (1790). In: CESAR. 1981, p. 169-171.

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